quinta-feira, 23 de junho de 2011

Presas ao passado


Pessoas que não esquecem o que passou dificilmente conseguem dar passos adiante. Quem olha para trás impede a realização de sonhos e a possibilidade de uma nova vida

Elas vivem se lamentando, desconsideram o tempo presente e vivem presas ao que passou. São pessoas apáticas, nostálgicas, que demoram a aceitar que a vida é mais colorida quando vivida ao vivo, agora. Talvez você já tenha se deparado com alguém assim. Talvez você já tenha sido assim. Muitos de nós, em algum momento, já fomos assim.

No entanto, não são poucos os que andam para frente e olham para trás, e procuram, em vão, dar passos mais adiante. Então, se o que passou não interessa mais, e nada pode ser feito para mudá-lo, por que há quem não consiga conquistar objetivos na vida por viver atrelado ao pretérito e não ao que pode vir pela frente?

A psicóloga especializada em psicodrama e psicoterapia, Cecília Zylberstajn, explica porque devemos cultivar o presente de olho na colheita do futuro.

Siga em frente

O que pode impedir uma pessoa de esquecer o que se passou é a incapacidade, muitas vezes, de vivenciar um processo de luto. A tristeza que sentimos com uma perda ou quando algo não dá certo, é um sentimento muito importante, pois faz com que nos acostumemos com uma nova situação que não pode ser mudada. Aceitar a perda, por mais difícil que seja, é fundamental para seguir em frente e encarar o presente e o futuro.

Aprenda com o ontem e viva o agora

Além do mais, viver do passado, seja por lembranças boas, seja por lembranças ruins, é prejudicial. A saúde psíquica está em encontrar formas adequadas para lidar com problemas atuais. Precisamos nos atualizar o tempo todo. A felicidade não é ter tudo, e sim saber ser feliz com o que se tem no momento. Viver das coisas boas do passado impede de viver as coisas boas do presente. O passado serve para nos ensinar lições para viver bem o presente.

Tenha paciência e persista

Então, se uma pessoa que possui sucessivos problemas de relacionamento afetivo, com várias pessoas diferentes, pode ter a causa associada a um problema mal resolvido do passado? Albert Einstein disse que insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes esperando os mesmos resultados.

Quando pequenos, aprendemos a lidar com as dificuldades de um jeito infantil. A criança é frágil, dependente e indefesa, e aprende a viver no mundo sob esta ótica e nestas circunstâncias. Quando adultos, somos fortes, independentes e podemos nos defender, mas muitas vezes agimos como crianças, presos a esta forma de agir do passado. É preciso atualizar este aprendizado.

Do ponto de vista neurológico, comportamentos aprendidos que são repetidos muitas vezes tornam-se automáticos e são difíceis de mudar. Muitas vezes, nos comportamos de determinada maneira sem pensar no porquê. Para mudar este comportamento é preciso muita paciência e insistência para reeducar o cérebro a novos caminhos neuronais.

Adapte-se ao presente

Geralmente, os motivos mais comuns que uma pessoa tem para viver presa ao passado são a dificuldade de adaptação, falta de flexibilidade e espontaneidade, além de um luto não vivido.

Encare as perdas

Sendo assim, o que essa pessoa deve fazer para esquecer as coisas que se passaram e começar a viver o presente? Encarar as perdas e de peito aberto, chorar o que precisa ser chorado. Além do mais, meditar também ajuda a focar-se no presente.

Jaqueline Corrêa
Arca Universal

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